domingo, 13 de abril de 2008

Pentágono monitora cartunista brasileiro e antiimperialista



Por Marcelo Salles, no Fazendo Media


É compreensível que Carlos Latuff seja uma preocupação para os espiões de Bush. Sua arte está a serviço da luta antiimperialista e seus traços são capazes de mover exércitos. Não é à toa que o agente do Pentágono tenha acessado diretamente uma determinada charge que incentiva os iraquianos a não obedecer às ordens das tropas ianques – o desenho vem sendo espalhado nos muros de Bagdá (o título, em árabe, quer dizer algo como ''Não seja um cachorro dos ianques'').

Sua imagem de Che Guevara com trajes árabes tem sido sistematicamente espalhada pelas ruas da Palestina; um membro do Exército Zapatista de Libertação Nacional o encontrou na UERJ, no Rio, e agradeceu pelas ilustrações exaltando a guerrilha.

Carlos Latuff, desta forma, globaliza a resistência. Exatamente como previram Milton Santos e Dênis de Moraes: se a opressão é globalizada, o enfrentamento só pode ser globalizado. Assim é que o rabisco de um carioca suburbano vai parar no Oriente Médio.

Em entrevista concedida ao Fazendo Media, Latuff garante que não vai se deixar abater pelas ameaças. “Eu dei a minha palavra para um palestino que conheci em Ebrom, seu Adris, eu sempre cito isso. O meu compromisso é com os palestinos, eu não estou preocupado com o que vai acontecer comigo. Não vou mudar em nada a minha rotina, o que eu penso, o que eu faço, vou continuar defendendo, seja no tribunal, seja numa entrevista, sempre estarei defendendo o povo palestino. É mais fácil me matarem do que eu mudar de idéia. Agora, uma coisa que eu acho genial é que não faz diferença eu estar vivo ou morto. Porque os meus trabalhos estão espalhados pelo mundo inteiro, eles não dependem da minha existência”.

O desprendimento do Latuff é comovente, mas nós podemos fazer alguma coisa para protegê-lo. Divulgar as ameaças para nossas listas de contato. Informar a cada conhecido sobre a mobilização da espionagem ianque contra este artista brasileiro.

Esta noite entrei em contato com o diretor da Telesul no Brasil, Beto Almeida, que se interessou em divulgar uma reportagem sobre o assunto. Espera-se também que a TV Educativa do Paraná entre na pauta. Se cada um aqui repercutir nos veículos a que tiver acesso e em seus próprios blogs, com certeza Carlos Latuff estará mais protegido. E a resistência, fortalecida!

— Clique aqui para conhecer o blog (em inglês) de Latuff. E nesse aqui também.

Um comentário:

liber disse...

Bacana o post! Vou procurar mais sobre esse Latuff. Abraço!